domingo, 1 de maio de 2011

Lucro no mundo virtual

Lucro no mundo virtual
Diário de Pernambuco - Luiza Maia - Recife, domingo, 1º de maio de 2011



O escritor pernambucano Fernando Farias parecia ter tudo para ser chamado de fracasso de vendas. Seus livros venderam somente 25 exemplares em livrarias tradicionais. O que salva o escritor da alcunha é a internet. Através de sua página pessoal, redes de relacionamentos e programas de bate-papo, ele conseguiu vender mais de 5 mil unidades. Fernando vende cada um dos quatro livros por R$ 5, sem despesas postais.
A estratégia começou por acaso. Quando se aventurou no mercado editorial, em 2005, os amigos se interessavam e pediam para que ele mandasse pelos Correios. “Começou naturalmente. Aí você vê que é possível. Então eu organizei”, conta Fernando, que passou a oferecer seus livros em páginas de literatura e até salas de bate-papo. Em uma das investidas, conheceu sua esposa. Fernando se diz satisfeito com o formato resumido das obras. “Minha praia não é livro grande, para ficar importante. Acho que é um projeto que deu certo”, garante.
Fernando gostou tanto da relação entre literatura e tecnologia que resolveu investir na Navras Digital, uma editora de livros virtuais, os e-books, a ser inaugurada ainda este semeste. Em sociedade com a designer e coordenadora de marketing Cybelle Soriano, que agarrou a proposta imediatamente, já foram produzidos mais de 30 títulos. Não há funcionários, mas parceiros. A equipe de cerca de 30 pessoas é dividida entre dois núcleos no Recife, um no Rio de Janeiro, um na Alemanha e outro na Inglaterra. Quando questionado sobre o endereço do escritório, Fernando riu. “A gente pensou em tudo, menos no escritório. Trabalhamos em qualquer lugar onde seja possível ligar o computador”, compara. Pode parecer estranho, mas a dupla garante que é preciso atentar para as diferenças de mercado. “A gente precisava pesquisar para entender este novo modelo de negócio. Cada livraria tem seu processo, seus preços. Ainda é tudo muito novo”, defende Cybelle. “Tem o ranço do mercado tradicional, mas o virtual permite que você faça outros negócios, com empresas do outro lado do mundo. Já temos contatos profissionais na Alemanha, Inglaterra, Espanha”, exemplifica.
Os sócios não têm medo da concorrência. “A gente não pode achar que inventou a roda. O mundo virtual não permite individualismo. No mercado impresso, os direitos ficam presos às editoras. No virtual, os direitos são do autor”, explica Cybelle. O aumento no percentual de lucro é o grande atrativo dessa nova plataforma para o escritor, acredita a dupla. “No mercado virtual, o repasse vai de 60% a 65%. Nos impressos, é de 7%. Se você for muito estrela, 10%”, brinca Fernando. Além disso, não há custo de impressão, o grande vilão dos livros. E as publicações não ficam limitadas a tiragens. Uma vez publicado no mundo virtual, o livro tem vida útil infinita, a menos que seja tirado da web por interesse do autor ou da editora.

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